projeto-rima

Diferenças

Aqui você vê as diferenças entre duas revisões dessa página.

Link para esta página de comparações

Ambos lados da revisão anterior Revisão anterior
Próxima revisão
Revisão anterior
projeto-rima [2021/12/17 00:48]
admin
projeto-rima [2021/12/17 01:09] (atual)
admin
Linha 2: Linha 2:
 ====== REDE DE COMPARTILHAMENTO DE DADOS E DIVULGAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – RIMA ====== ====== REDE DE COMPARTILHAMENTO DE DADOS E DIVULGAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – RIMA ======
  
-===== APRESENTAÇÃO ​SÍNTESE ​=====+===== APRESENTAÇÃO =====
  
  
Linha 22: Linha 22:
 [[base_rima:​Botânica|]] [[base_rima:​Botânica|]]
  
-{{url>​http://​rede.inma.gov.br/​mapas/​mapa_filtro_flora.html 1000,1500 scroll noborder center}} 
  
 =====Informações e dados de zoologia levantados:​===== =====Informações e dados de zoologia levantados:​=====
 [[base_rima:​Zoologia|]] [[base_rima:​Zoologia|]]
- 
-{{url>​http://​rede.inma.gov.br/​mapas/​mapa_filtro_fauna.html 1000,1500 scroll noborder center}} 
-===== SÍNTESE DA BIODIVERSIDADE EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ====== 
- 
- 
-===== Realização ===== 
- 
-====GOVERNO DO BRASIL==== 
-===PRESIDENTE DA REPÚBLICA=== 
-Jair Messias Bolsonaro 
-===Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações=== 
-Marcos Cesar Pontes 
-===Diretor do Instituto Nacional da Mata Atlântica=== 
-Sérgio Lucena Mendes 
-====GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO==== 
-===Governador do Estado do Espírito Santo=== 
-José Renato Casagrande 
-===Secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos=== 
-Fabricio Hérick Machado 
-===Diretor Presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos=== 
-Alaimar Fiuza 
-===Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional=== 
-Cristina Engel de Alvarez 
-===Diretor Presidente Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo=== 
-Denio Rebello Arantes 
- 
- 
-===Instituto Nacional da Mata Atlântica=== 
- ​Síntese da biodiversidade em unidades de conservação no estado do  
-Espírito Santo / Instituto Nacional da Mata Atlântica. – Santa Teresa, ES:  
-Instituto Nacional da Mata Atlântica, 2021.  
- 190 p. : il.. 
- ​E-book disponível em: 
- 
- 
-=====PROJETO===== 
-===Rede de Compartilhamento de Dados e Divulgação da Mata Atlântica no Estado do Espírito Santo=== 
-==Resolução FAPES N° 189/2017== 
-====EXECUÇÃO==== 
-===Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA)=== 
-====Instituições de apoio==== 
-===Fundo Estadual do Meio Ambiente – FUNDEMA=== 
-===Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEAMA=== 
-===Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo - FAPES=== 
-====COORDENADOR==== 
-Sérgio Lucena Mendes 
-====EQUIPE EXECUTORA==== 
-==Adriana dos Santos Lopes== 
-==Camilla Martins Botelho == 
-==Cristina Jaques da Cunha== 
-==Izabella Martins da Costa Rodrigues== 
-==Josiene Rossini== 
-==Leonardo Ferreira da Silva Ingenito== 
-==Lorena Tonini Freitas== 
-==Renata Henrique Mota== 
-==Ricardo da Silva Ribeiro== 
-====Geoprocessamento e revisão==== 
-==Leandro Meneguelli Biondo== 
-==Mileide de Holanda Formigoni== 
-====Pesquisadores colaboradores==== 
-Ana Carolina Srbek Araújo, Antônio de Pádua Leite Serra de Almeida, Claudia Almeida Sampaio, Charles ​ 
-Gladstone Duca Soares, Claudio Nicoletti de Fraga, Frederico Falcão Salles, Felipe Zamborlini Saiter, ​ 
-Douglas Zeppelini, Gustavo Braga Rosa, Helio de Queiroz Boudet Fernandes, Isabela Galarda Varassin, ​ 
-Joana Zorzal Nodari, João Paulo Hoppe, Joseany Trarbach, Juliana Paulo da Silva, Luana Silva Braucks ​ 
-Calazans, Luiz Ceotto, Luiz Fernando Duboc da Silva, Mariana Petri da Silva, Marinez Ferreira de Siqueira, ​ 
-Osvaldo Paloma Marques Santos, Renata Valls Pagotto, Renato Silveira Bérnils, Rodrigo Barbosa Ferreira, ​ 
-Salim Calil Salim Neto, Savana de Freitas Nunes, Vilacio Caldara Junior. ​ 
-====FOTOGRAFIAS==== 
-==Leonardo Merçon - Instituto Últimos Refúgios== 
-====PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO==== 
-==Comunicação Impressa== 
- 
- 
- 
- 
- 
-===== 1. A BIODIVERSIDADE E O BIOMA MATA ATLÂNTICA ===== 
- 
-O termo biodiversidade refere-se à diversidade biológica responsável pela variedade de formas de vida em todos os níveis, desde  
-micro-organismos até flora e fauna silvestres, além da espécie humana. ​ 
-Contudo, essa variedade de seres vivos não deve ser visualizada individualmente,​ e sim em seu conjunto estrutural e funcional, na visão ​ 
-ecológica do sistema natural, ou seja, no conceito de ecossistema. ​ 
-Nesse sentido, a biodiversidade não compõe apenas a diversidade ​ 
-genética das espécies vivas, ou unidades evolutivas básicas, mas é  
-também o componente de suporte à continuidade da vida na Terra  
-(Joly et al., 2011). Ou seja, a heterogeneidade do ambiente possibilita ​ 
-a diversidade,​ e, ao mesmo tempo, é considerada função de si mesma  
-(Bensusan, 2006). ​ 
-A evolução dos neotrópicos (região biogeográfica da América do  
-Sul, Central e Sul da América do Norte) foi singular devido ao completo ​ 
-isolamento pós-soerguimento dos Andes, desde o Cretáceo até o final  
-do Terciário, que gerou a mega diversidade de espécies encontradas ​ 
-aqui atualmente (Antonelli, 2010; Joly et al., 2011). Em contraste, as  
-diferentes formas de uso da terra exercem implicações relevantes na  
-fragmentação de habitats, levando algumas populações a sofrerem um  
-grau de ameaça de extinção. Várias fontes científicas são categóricas ​ 
-em afirmar que estamos vivendo a sexta extinção em massa, provocada ​ 
-pelos seres humanos. O cenário original do continente sul-americano ​ 
-foi completamente modificado com a chegada do homem que praticava ​ 
-caça de algumas espécies até a sua extinção, provocando alterações, ​ 
-em pequena escala, de regiões costeiras e fluviais, e ocupando florestas para implantação de diferentes sistemas de cultivo. A chegada ​ 
-dos europeus instituiu uma fratura temporal, devido ao incremento exponencial de alterações antropomórficas da biosfera e da atmosfera ​ 
-(Joly et al., 2011; Franco et al., 2012). 
-No âmbito dos neotrópicos,​ a formação da Mata Atlântica merece destaque. Segundo a definição do Instituto Brasileiro de Geografia ​ 
-e Estatística (IBGE), a Mata Atlântica é o “conjunto de vida (vegetal e  
-animal) definido pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e  
-identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares ​ 
-e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade ​ 
-biológica própria”. O bioma abrange cerca de 15% do território nacional, estando presente em 17 estados brasileiros (SOS Mata Atlântica, ​ 
-2019), dentre eles o Estado do Espírito Santo, que tem a totalidade ​ 
-do seu território continental inserido neste bioma. A Mata Atlântica ​ 
-está entre as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e  
-entre as 25 áreas prioritárias de conservação no mundo, devido ao  
-alto nível de diversidade de espécies, endemismo e sua vulnerabilidade às ameaças contínuas, sendo, portanto, considerada um hotspot ​ 
-da biodiversidade. As formações florestais de ocorrência natural no  
-bioma (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta ​ 
-Estacional Semidecidual,​ Floresta Estacional Decidual e Floresta Ombrófila Aberta) acompanham as características climáticas,​ de solo e de  
-relevo, sendo influenciadas pela distância do oceano, altitude e regime ​ 
-de distribuição de chuvas (Mendes et al., 2014). O bioma apresenta um  
-elevado número de alterações fisiográficas naturais (e.g. instabilidades ​ 
-geológicas e variações no nível do mar), que no decorrer do tempo foi  
-responsável pelo isolamento e união de diversos ambientes aquáticos. ​ 
-Tais variações ambientais resultaram em diversos eventos biológicos ​ 
-e evolutivos que, por sua vez, deram origem à alta biodiversidade ​ 
-(MMA, 2020). Por exemplo, Mais de 20 mil espécies de plantas vivem  
-neste bioma e cerca de 8 mil são endêmicas (Myers et al., 2000). Essa  
-excepcional diversidade biológica auxilia na proteção de importantes ​ 
-mananciais, garantindo água para o consumo humano, agrícola e industrial, contribuindo,​ ainda, com o controle da erosão, regulação climática, ​ 
-polinização da agricultura,​ dentre outros serviços ecossistêmicos. 
-Apesar de todos os serviços fornecidos pela Mata Atlântica, o  
-processo de uso e ocupação humana fez com que a vegetação natural ​ 
-mais bem preservada se resumisse a apenas 13,1% (SOS Mata Atlântica & INPE, 2019). A Mata Atlântica sofreu o mais intenso processo de  
-devastação florestal do país (Dean, 1996) e, em função do alto grau de  
-destruição e consequente fragmentação,​ é considerada um dos biomas ​ 
-mais ameaçados do mundo (Myers et al., 2000). É relevante destacar ​ 
-o fato de que 31,6% de todas as espécies de plantas, animais e fungos ​ 
-nativos da Mata Atlântica sofrem algum grau de ameaça de extinção ​ 
-(MMA, 2020). No âmbito da fauna, são 518 espécies de anfíbios, sendo que 37 estão ameaçadas de extinção (Toledo & Batista, 2012), 268  
-espécies de répteis, destas, 39 encontram-se ameaçadas (Costa et al.,  
-2014), 850 espécies de aves, 270 de mamíferos e 350 espécies de peixes ​ 
-(MMA, 2020). ​ 
-Este cenário de devastação,​ ao longo do contínuo na Mata Atlântica brasileira, ocorreu em todos os estados e, no Espírito Santo, não  
-foi diferente. Originalmente,​ os 46.095 km2 
- de área do estado eram  
-cobertos pelo bioma Mata Atlântica, banhados por 16 bacias hidrográficas,​ todas vertendo para o mar (Paiva, 2004) e totalmente inseridos ​ 
-na Ecorregião Aquática da Mata Atlântica Nordeste (Abell et al., 2008). ​ 
-Contudo, atualmente esse cenário está reduzido a apenas 10,9% de  
-vegetação nativa remanescente bem preservada, localizada, principalmente,​ na região central do estado (SOS Mata Atlântica & INPE, 2019). ​ 
-O resultado é uma paisagem com fragmentos florestais de diferentes ​ 
-tamanhos, muitos deles isolados e com tamanho reduzido para a manutenção de populações de espécies em longo prazo 
-Apesar dos impactos antrópicos,​ a Mata Atlântica no estado do  
-Espírito Santo detém expressivo grau de biodiversidade (Dutra et al.  
-2015), devido à sua heterogeneidade de habitat, com grande variação ​ 
-de altitude e uma grande diversidade de espécies vegetais. Seu território está localizado no encontro das duas principais feições de Mata  
-Atlântica do país, a Mata Atlântica de encosta e a Mata Atlântica de  
-baixada, sobre os Tabuleiros Costeiros. Em seu domínio, são reconhe- 
-cidas sete formações distintas, segundo o mapeamento realizado em  
-2017, pelo IBGE: Formação Pioneira, Campinarana,​ Floresta Estacional ​ 
-Semidecidual,​ Floresta Ombrófila Densa, Contato Floresta Ombrófila/ 
-Formação Pioneira, Contato Floresta Ombrófila/​Floresta Estacional e  
-Campo de Altitude. 
-Essa heterogeneidade de ambientes, sem dúvida, fornece recursos para uma rica biodiversidade,​ representada por muitas espécies ​ 
-ameaçadas e singulares. Para proteger essas espécies e seus habitats, ​ 
-a rede de Unidades de Conservação tem sido uma das principais estratégias de conservação in situ. No entanto, essas áreas ainda enfrentam ​ 
-muitas ameaças, tais como caça, atropelamentos,​ incêndios, presença ​ 
-de espécies exóticas, disseminação de doenças, extrativismo vegetal, ​ 
-pondo em risco a riqueza biológica remanescentes. 
- 
-===== 2. ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE ===== 
- 
-s esforços para a conservação da biodiversidade no Brasil tiveram ​ 
-um impulso a partir de 1992, após a Conferência das Nações ​ 
-Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,​ quando foi criada a  
-Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB. Dois anos depois, em  
-1994, foi criado o Programa Nacional da Diversidade Biológica – PRONABIO, para implementação das diretrizes orientadas pela CDB, e já  
-na primeira década do novo milênio (2003) a Comissão Nacional da  
-Biodiversidade – CONABIO, realizou algumas mudanças no PRONABIO. ​ 
-A CDB é, portanto, um dos acordos internacionais dos quais o Brasil é  
-signatário,​ e sua finalidade é justamente a conservação e a utilização ​ 
-sustentável da biodiversidade,​ bem como a repartição justa e equitativa dos benefícios decorrentes de sua utilização e dos conhecimentos ​ 
-tradicionais associados. Por sua vez, a Conferência das Partes (COP) é  
-uma instância de governança que fiscaliza a implementação dos compromissos estabelecidos e é mantida pela CDB, sendo renovada em  
-reuniões periódicas. Entre os compromissos firmados para a segunda ​ 
-década do século XXI está o Plano Estratégico 2011-2020 que estabelece 20 metas globais para a biodiversidade,​ conhecidas como Metas de  
-Aichi, estabelecidas na COP-10, em 2010, Nagoia, Japão. Desta forma, ​ 
-em 2011, o Brasil iniciou o processo de internalização das Metas de  
-Aichi e definição das Metas Nacionais de Biodiversidade para 2020,  
-com destaque dos Diálogos sobre a Biodiversidade,​ a elaboração dos  
-Subsídios Multissetoriais para o Plano de Ação Governamental para a  
-Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade e a criação do Painel ​ 
-Brasileiro de Biodiversidade – PainelBio. 
-Uma etapa importante na estratégia de conservação no Brasil ​ 
-foi a criação, pelo Ministério do Meio Ambiente, em agosto de 2016,  
-O 
-2. ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO ​ 
-DA BIODIVERSIDADE 
- 
-da ferramenta de gestão integrada denominada “Estratégia e Plano de  
-Ações Nacionais Para a Biodiversidade” (EPANB), que integra todas as  
-iniciativas com esse propósito. Dentre os esforços mais importantes ​ 
-em prol da conservação da biodiversidade e garantia da promoção dos  
-serviços ecossistêmicos,​ estão algumas ações estratégicas,​ como a criação e consolidação de áreas protegidas, o monitoramento de habitats ​ 
-e espécies, e o combate à supressão ilegal da vegetação nativa (MMA,  
-2017). 
-No Estado do Espírito Santo podem-se destacar algumas iniciativas ​ 
-importantes que contribuem com a conservação da biodiversidade. ​ 
-O Projeto Corredores Ecológicos,​ por exemplo, foi uma iniciativa do  
-Ministério do Meio Ambiente (MMA), executado em parceria com o  
-Governo do Espírito Santo, com o objetivo de garantir a conservação ​ 
-da biodiversidade por meio da proteção de fragmentos florestais e  
-da promoção da conexão entre eles, estimulando a criação de novas  
-unidades de conservação,​ especialmente a Reserva Particular do Patrimônio Natural, a recomposição de áreas de preservação permanente ​ 
-e reservas legais. As principais atividades do Projeto se encerraram, ​ 
-mas seus resultados continuam a nortear ações de conservação da  
-biodiversidade no estado. ​ 
-O Programa Reflorestar,​ lançado em 2011, é uma iniciativa do  
-Governo do Estado do Espírito Santo, e seu principal objetivo é incentivar a conservação e recuperação da cobertura florestal. O programa ​ 
-é direcionado aos proprietários de áreas rurais, que desejam destinar ​ 
-parte de sua propriedade para preservar o meio ambiente. O Programa está focado no pagamento por serviços ambientais (PSA) visando ​ 
-à preservação e plantio de novas áreas com florestas. ​ 
-O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão ​ 
-Rural (Incaper) implementa o Projeto Bioma Mata Atlântica, desenvolvendo pesquisas de utilização agrícola de espécies nativas da Mata  
-Atlântica com potencial econômico, como é o caso da aroeira (Schinus ​ 
-terebinthifolius),​ a juçara (Euterpe edulis) e a sapucaia (Lecythis pisonis), além de realizar ações de difusão e capacitação sobre sistemas ​ 
- 
-agroflorestais,​ área de preservação permanente e reserva legal. 
-Um passo importante no preenchimento de lacunas sobre o  
-conhecimento da Mata Atlântica, no Estado do Espírito Santo, foi a  
-definição de áreas e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade,​ conforme estabelece o Decreto Estadual Nº 2530-R/​10. ​ 
-A iniciativa, liderada pelo Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica ​ 
-(IPEMA), contou com apoio do Fundo de Parcerias para Ecossistemas ​ 
-Críticos (CEPF) (IPEMA, 2005). O produto principal foi a definição de  
-28 áreas prioritárias para conservação,​ que correspondem a cerca de  
-38% do território estadual, abrandendo fragmentos florestais privados, ​ 
-Unidades de Conservação e áreas que os conectam. ​ 
-O estado do Espírito Santo publicou sua primeira lista de espécies ​ 
-ameaçadas em 2005 (Decreto Nº 1.499-R/​2005),​ resultando em 950  
-táxons ameaçados de extinção no Espírito Santo. A lista foi elaborada ​ 
-pelo Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica (IPEMA), em parceria ​ 
-com Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) ​ 
-(Passamani & Mendes, 2007; Simonelli & Fraga, 2007). Após 14 anos, o  
-Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) em parceria com o Instituto ​ 
-Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) e Fundação ​ 
-de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES) realizaram a revisão ​ 
-desta lista, resultando em 1.874 táxons avaliados em alguma categoria ​ 
-de ameaça, com 444 espécies ameaçadas de fauna e 1.430 de flora. ​ 
-A lista é uma importante ferramenta de gestão ambiental, indicando ​ 
-prioridades na preservação da flora e fauna (Fraga et al., 2019). ​ 
-O Programa de Apoio à criação de Unidades de Conservação ​ 
-no estado do Espírito Santo também foi executado pelo Instituto de  
-Pesquisas da Mata Atlântica (IPEMA) em parceria com o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA). O Programa, que  
-contou com apoio do edital de Projetos Demonstrativos do Ministério ​ 
-do Meio Ambiente (PDA/MMA – Projeto 102 – Mata Atlântica),​ contribuiu na estruturação de propostas para para a criação de Unidades ​ 
-de Conservação no estado, de forma participativa e integrada aos  
-atores locais. Foram mapeadas 30 áreas prioritárias e potenciais para  
-a criação de Unidades de Conservação,​ mas, até o momento, a única ​ 
-UC efetivamente criada foi o Monumento Natural Estadual Serra das  
-Torres (IPEMA, 2010; IPEMA, 2011). 
- 
-=====3. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO===== 
-necessidade de proteção dos ambientes naturais surgiu durante ​ 
-a idade média, no início da crise ambiental decorrente do crescimento populacional e sobreexplotação dos recursos naturais (Thomas, ​ 
-2010; Hassler, 2005). Registros históricos apontam que a primeira ​ 
-área de proteção surgiu na Polônia no século XIV (Ramade, 1979) e as  
-primeiras leis protecionistas e formação de áreas protegidas surgiram ​ 
-com objetivo de proteção das áreas específicas para a caça, além da  
-reserva dos recursos naturais para uso futuro pelas classes dominantes ​ 
-(Thomas, 2010). ​ 
-No Brasil as primeiras iniciativas para a proteção dos recursos ​ 
-naturais ocorreram no século XVII, durante a ocupação holandesa em  
-Pernambuco, por ordem de Maurício de Nassau, com intuito de proteger ​ 
-florestas do Nordeste visando à reserva de recursos naturais para uso  
-futuro (Hassler, 2005). Posteriormente,​ em 1876, o engenheiro André ​ 
-Rebouças propôs a criação dos Parques Nacionais da Ilha do Bananal ​ 
-(Tocantins) e das Sete Quedas do rio Paraná (Paraná), que só seriam ​ 
-criados em 1939 (Hassler, 2005; Campos & Costa-Filho,​ 2006). A criação ​ 
-do Parque Nacional das Sete Quedas do rio Paraná foi motivo de forte  
-campanha de implementação por parte do aviador e inventor Alberto ​ 
-Santos Dumont. Contudo, a primeira UC criada no Brasil foi o Parque ​ 
-Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro, em 14 de junho de 1937, por  
-decreto do presidente Getúlio Vargas (Campos & Costa-Filho,​ 2006;  
-ICMBio, 2013a). ​ 
-O uso e atribuições das UCs brasileiras são regidos atualmente pelo  
-Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC, Lei  
-nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e Decretos nº 4.340, de 22 de agosto ​ 
-de 2002, e nº 5.746, de 05 de abril de 2006), que classifica os objetivos ​ 
-de uso e proteção das UCs em 12 categorias contidas em dois grupos ​ 
-distintos de unidades, sendo um grupo com foco na Proteção Integral ​ 
-e outro no Uso Sustentável dos recursos naturais (MMA, 2011). 
-As UCs ocupam, aproximadamente,​ 17% do território brasileiro, ​ 
-em diferentes categorias e esferas de gestão, e a conservação dessas ​ 
-paisagens garante não apenas a qualidade da água e a manutenção ​ 
-de modos de vida tradicionais,​ mas também a proteção de espécies ​ 
-ameaçadas de extinção. Áreas com altíssima riqueza de aves, mamíferos, répteis, anfíbios, peixes, invertebrados e plantas estão protegidas ​ 
-em doze categorias de Unidades de Conservação federais, estaduais, ​ 
-municipais ou particulares,​ nos diferentes biomas brasileiros,​ reduzindo ​ 
-o risco de extinção de muitas delas (WWF, 2014). Foram contabilizadas, ​ 
-no Brasil, 2.376 Unidades de Conservação de administração federal, ​ 
-estadual, municipal ou particular. Destas, 1.364 estão localizadas no  
-bioma Mata Atlântica e representam 9,84% deste bioma (MMA, 2019a). 
-As UCs são áreas criadas com estratégias conservacionistas que  
-possuem grande importância na proteção e manutenção dos ecossistemas naturais. No âmbito do bioma Mata Atlântica, as regiões que concentram as maiores áreas de remanescentes florestais estão associadas ​ 
-às UCs, que representam um patrimônio de valor inestimável e têm  
-função de proteção da sua rica biodiversidade,​ além de proporcionar ​ 
-meios e incentivos para o desenvolvimento de pesquisas e educação ​ 
-ambiental (Ferreira et al., 2005; Drummond et al., 2006; Lemos de Sá,  
-1999; Fearnside, 2008). ​ 
-No estado do Espírito Santo são 121 Unidades de Conservação ​ 
-protegendo aproximadamente 10,5% dos remanescentes de Mata  
-Atlântica, sendo 12 federais, 17 estaduais, 38 municipais e 54 particulares (SOS Mata Atlântica & INPE, 2019; MMA, 2019b). ​ 
-Embora existam diversos estudos sobre fauna e flora nas Unidades ​ 
-de Conservação do Espírito Santo, este conhecimento encontra-se disperso na literatura (relatórios,​ livros, monografias,​ dissertações,​ teses e  
-artigos publicados),​ em planos de manejo e em em coleções biológicas. ​ 
-Esta pulverização de informações torna difícil a sua utilização para o  
-entendimento da biodiversidade no estado e o uso destas informações ​ 
-na tomada de decisões. Assim, torna-se necessário o levantamento e  
-disponibilização destes dados de forma integrada, visando o seu uso  
-no desenvolvimento de políticas públicas e na gestão das UCs e dos  
-recursos naturais do Espírito Santo. 
-Portanto, o objetivo geral deste estudo foi diagnosticar o conhecimento produzido sobre a biodiversidade da Mata Atlântica nas Unidades de Conservação federais e estaduais no Estado do Espírito Santo. ​ 
-Para tanto, foi necessário explorar e reconhecer a literatura científica ​ 
-acerca da biodiversidade nas Unidades de Conservação no Estado do  
-Espírito Santo, identificar e descrever grupos mais amostrados em cada  
-UC. O estudo permite identificar o viés relacionado ao conhecimento ​ 
-da riqueza de espécies de diferentes grupos taxonômicos,​ analisar a  
-coleta de dados ao longo do tempo, bem como diagnosticar as lacunas ​ 
-de conhecimento observadas para as diferentes UCs. 
- 
  
  • projeto-rima.1639702112.txt.gz
  • Última modificação: 2021/12/17 00:48
  • por admin