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projeto-rima [2021/12/17 00:27] admin |
projeto-rima [2021/12/17 01:09] (atual) admin |
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- | Projeto | ||
====== REDE DE COMPARTILHAMENTO DE DADOS E DIVULGAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – RIMA ====== | ====== REDE DE COMPARTILHAMENTO DE DADOS E DIVULGAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – RIMA ====== | ||
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[[https://rede.inma.gov.br/geoserver]] | [[https://rede.inma.gov.br/geoserver]] | ||
- | Informações e dados de botânica levantados: | + | =====Informações e dados de botânica levantados:===== |
[[base_rima:Botânica|]] | [[base_rima:Botânica|]] | ||
- | Informações e dados de zoologia levantados: | + | |
+ | =====Informações e dados de zoologia levantados:===== | ||
[[base_rima:Zoologia|]] | [[base_rima:Zoologia|]] | ||
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- | ===== SÍNTESE DA BIODIVERSIDADE EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ====== | ||
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- | ===== Realização ===== | ||
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- | GOVERNO DO BRASIL | ||
- | PRESIDENTE DA REPÚBLICA | ||
- | Jair Messias Bolsonaro | ||
- | Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações | ||
- | Marcos Cesar Pontes | ||
- | Diretor do Instituto Nacional da Mata Atlântica | ||
- | Sérgio Lucena Mendes | ||
- | GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO | ||
- | Governador do Estado do Espírito Santo | ||
- | José Renato Casagrande | ||
- | Secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos | ||
- | Fabricio Hérick Machado | ||
- | Diretor Presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos | ||
- | Alaimar Fiuza | ||
- | Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação ProfIssional | ||
- | Cristina Engel de Alvarez | ||
- | Diretor Presidente Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo | ||
- | Denio Rebello Arantes | ||
- | Instituto Nacional da Mata Atlântica | ||
- | Síntese da biodiversidade em unidades de conservação no estado do | ||
- | Espírito Santo / Instituto Nacional da Mata Atlântica. – Santa Teresa, ES: | ||
- | Instituto Nacional da Mata Atlântica, 2021. | ||
- | 190 p. : il.. | ||
- | Inclui bibliografia. | ||
- | E-book disponível em: http:// | ||
- | |||
- | 1. Biodiversidade - Brasil. 2. Mata Atlântica – Brasil. 3. Mata Atlântica | ||
- | – Espírito Santo. 4. Unidade de conservação – Espírito Santo I. Instituto | ||
- | Nacional da Mata Atlântica II. Título. | ||
- | CDU 574.1(815.2) | ||
- | Bibliotecária: Paula Carina de Araújo - CRB9/1562 | ||
- | |||
- | PROJETO | ||
- | Rede de Compartilhamento de Dados e Divulgação da Mata Atlântica no Estado do Espírito Santo | ||
- | Resolução FAPES N° 189/2017 | ||
- | EXECUÇÃO | ||
- | Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) | ||
- | instituições de apoio | ||
- | Fundo Estadual do Meio Ambiente – FUNDEMA | ||
- | Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEAMA | ||
- | Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo - FAPES | ||
- | COORDENADOR | ||
- | Sérgio Lucena Mendes | ||
- | EQUIPE EXECUTORA | ||
- | Adriana dos Santos Lopes | ||
- | Camilla Martins Botelho | ||
- | Cristina Jaques da Cunha | ||
- | Izabella Martins da Costa Rodrigues | ||
- | Josiene Rossini | ||
- | Leonardo Ferreira da Silva Ingenito | ||
- | Lorena Tonini Freitas | ||
- | Renata Henrique Mota | ||
- | Ricardo da Silva Ribeiro | ||
- | Geoprocessamento e revisão | ||
- | Leandro Meneguelli Biondo | ||
- | Mileide de Holanda Formigoni | ||
- | Pesquisadores colaboradores | ||
- | Ana Carolina Srbek Araújo, Antônio de Pádua Leite Serra de Almeida, Claudia Almeida Sampaio, Charles | ||
- | Gladstone Duca Soares, Claudio Nicoletti de Fraga, Frederico Falcão Salles, Felipe Zamborlini Saiter, | ||
- | Douglas Zeppelini, Gustavo Braga Rosa, Helio de Queiroz Boudet Fernandes, Isabela Galarda Varassin, | ||
- | Joana Zorzal Nodari, João Paulo Hoppe, Joseany Trarbach, Juliana Paulo da Silva, Luana Silva Braucks | ||
- | Calazans, Luiz Ceotto, Luiz Fernando Duboc da Silva, Mariana Petri da Silva, Marinez Ferreira de Siqueira, | ||
- | Osvaldo Paloma Marques Santos, Renata Valls Pagotto, Renato Silveira Bérnils, Rodrigo Barbosa Ferreira, | ||
- | Salim Calil Salim Neto, Savana de Freitas Nunes, Vilacio Caldara Junior. | ||
- | FOTOGRAFIAS | ||
- | Leonardo Merçon - Instituto Últimos Refúgios | ||
- | PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO | ||
- | Comunicação Impressa | ||
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- | ===== A BIODIVERSIDADE E O BIOMA MATA ATLÂNTICA ===== | ||
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- | o biodiversidade refere-se à diversidade biológica responsável pela variedade de formas de vida em todos os níveis, desde | ||
- | micro-organismos até flora e fauna silvestres, além da espécie humana. | ||
- | Contudo, essa variedade de seres vivos não deve ser visualizada individualmente, e sim em seu conjunto estrutural e funcional, na visão | ||
- | ecológica do sistema natural, ou seja, no conceito de ecossistema. | ||
- | Nesse sentido, a biodiversidade não compõe apenas a diversidade | ||
- | genética das espécies vivas, ou unidades evolutivas básicas, mas é | ||
- | também o componente de suporte à continuidade da vida na Terra | ||
- | (Joly et al., 2011). Ou seja, a heterogeneidade do ambiente possibilita | ||
- | a diversidade, e, ao mesmo tempo, é considerada função de si mesma | ||
- | (Bensusan, 2006). | ||
- | A evolução dos neotrópicos (região biogeográfica da América do | ||
- | Sul, Central e Sul da América do Norte) foi singular devido ao completo | ||
- | isolamento pós-soerguimento dos Andes, desde o Cretáceo até o final | ||
- | do Terciário, que gerou a mega diversidade de espécies encontradas | ||
- | aqui atualmente (Antonelli, 2010; Joly et al., 2011). Em contraste, as | ||
- | diferentes formas de uso da terra exercem implicações relevantes na | ||
- | fragmentação de habitats, levando algumas populações a sofrerem um | ||
- | grau de ameaça de extinção. Várias fontes científicas são categóricas | ||
- | em afirmar que estamos vivendo a sexta extinção em massa, provocada | ||
- | pelos seres humanos. O cenário original do continente sul-americano | ||
- | foi completamente modificado com a chegada do homem que praticava | ||
- | caça de algumas espécies até a sua extinção, provocando alterações, | ||
- | em pequena escala, de regiões costeiras e fluviais, e ocupando florestas para implantação de diferentes sistemas de cultivo. A chegada | ||
- | dos europeus instituiu uma fratura temporal, devido ao incremento exponencial de alterações antropomórficas da biosfera e da atmosfera | ||
- | (Joly et al., 2011; Franco et al., 2012). | ||
- | No âmbito dos neotrópicos, a formação da Mata Atlântica merece destaque. Segundo a definição do Instituto Brasileiro de Geografia | ||
- | e Estatística (IBGE), a Mata Atlântica é o “conjunto de vida (vegetal e | ||
- | animal) definido pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e | ||
- | identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares | ||
- | e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade | ||
- | biológica própria”. O bioma abrange cerca de 15% do território nacional, estando presente em 17 estados brasileiros (SOS Mata Atlântica, | ||
- | 2019), dentre eles o Estado do Espírito Santo, que tem a totalidade | ||
- | do seu território continental inserido neste bioma. A Mata Atlântica | ||
- | está entre as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e | ||
- | entre as 25 áreas prioritárias de conservação no mundo, devido ao | ||
- | alto nível de diversidade de espécies, endemismo e sua vulnerabilidade às ameaças contínuas, sendo, portanto, considerada um hotspot | ||
- | da biodiversidade. As formações florestais de ocorrência natural no | ||
- | bioma (Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta | ||
- | Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual e Floresta Ombrófila Aberta) acompanham as características climáticas, de solo e de | ||
- | relevo, sendo influenciadas pela distância do oceano, altitude e regime | ||
- | de distribuição de chuvas (Mendes et al., 2014). O bioma apresenta um | ||
- | elevado número de alterações fisiográficas naturais (e.g. instabilidades | ||
- | geológicas e variações no nível do mar), que no decorrer do tempo foi | ||
- | responsável pelo isolamento e união de diversos ambientes aquáticos. | ||
- | Tais variações ambientais resultaram em diversos eventos biológicos | ||
- | e evolutivos que, por sua vez, deram origem à alta biodiversidade | ||
- | (MMA, 2020). Por exemplo, Mais de 20 mil espécies de plantas vivem | ||
- | neste bioma e cerca de 8 mil são endêmicas (Myers et al., 2000). Essa | ||
- | excepcional diversidade biológica auxilia na proteção de importantes | ||
- | mananciais, garantindo água para o consumo humano, agrícola e industrial, contribuindo, ainda, com o controle da erosão, regulação climática, | ||
- | polinização da agricultura, dentre outros serviços ecossistêmicos. | ||
- | Apesar de todos os serviços fornecidos pela Mata Atlântica, o | ||
- | processo de uso e ocupação humana fez com que a vegetação natural | ||
- | mais bem preservada se resumisse a apenas 13,1% (SOS Mata Atlântica & INPE, 2019). A Mata Atlântica sofreu o mais intenso processo de | ||
- | devastação florestal do país (Dean, 1996) e, em função do alto grau de | ||
- | destruição e consequente fragmentação, é considerada um dos biomas | ||
- | mais ameaçados do mundo (Myers et al., 2000). É relevante destacar | ||
- | o fato de que 31,6% de todas as espécies de plantas, animais e fungos | ||
- | nativos da Mata Atlântica sofrem algum grau de ameaça de extinção | ||
- | (MMA, 2020). No âmbito da fauna, são 518 espécies de anfíbios, sendo que 37 estão ameaçadas de extinção (Toledo & Batista, 2012), 268 | ||
- | espécies de répteis, destas, 39 encontram-se ameaçadas (Costa et al., | ||
- | 2014), 850 espécies de aves, 270 de mamíferos e 350 espécies de peixes | ||
- | (MMA, 2020). | ||
- | Este cenário de devastação, ao longo do contínuo na Mata Atlântica brasileira, ocorreu em todos os estados e, no Espírito Santo, não | ||
- | foi diferente. Originalmente, os 46.095 km2 | ||
- | de área do estado eram | ||
- | cobertos pelo bioma Mata Atlântica, banhados por 16 bacias hidrográficas, todas vertendo para o mar (Paiva, 2004) e totalmente inseridos | ||
- | na Ecorregião Aquática da Mata Atlântica Nordeste (Abell et al., 2008). | ||
- | Contudo, atualmente esse cenário está reduzido a apenas 10,9% de | ||
- | vegetação nativa remanescente bem preservada, localizada, principalmente, na região central do estado (SOS Mata Atlântica & INPE, 2019). | ||
- | O resultado é uma paisagem com fragmentos florestais de diferentes | ||
- | tamanhos, muitos deles isolados e com tamanho reduzido para a manutenção de populações de espécies em longo prazo | ||
- | Apesar dos impactos antrópicos, a Mata Atlântica no estado do | ||
- | Espírito Santo detém expressivo grau de biodiversidade (Dutra et al. | ||
- | 2015), devido à sua heterogeneidade de habitat, com grande variação | ||
- | de altitude e uma grande diversidade de espécies vegetais. Seu território está localizado no encontro das duas principais feições de Mata | ||
- | Atlântica do país, a Mata Atlântica de encosta e a Mata Atlântica de | ||
- | baixada, sobre os Tabuleiros Costeiros. Em seu domínio, são reconhe- | ||
- | cidas sete formações distintas, segundo o mapeamento realizado em | ||
- | 2017, pelo IBGE: Formação Pioneira, Campinarana, Floresta Estacional | ||
- | Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa, Contato Floresta Ombrófila/ | ||
- | Formação Pioneira, Contato Floresta Ombrófila/Floresta Estacional e | ||
- | Campo de Altitude. | ||
- | Essa heterogeneidade de ambientes, sem dúvida, fornece recursos para uma rica biodiversidade, representada por muitas espécies | ||
- | ameaçadas e singulares. Para proteger essas espécies e seus habitats, | ||
- | a rede de Unidades de Conservação tem sido uma das principais estratégias de conservação in situ. No entanto, essas áreas ainda enfrentam | ||
- | muitas ameaças, tais como caça, atropelamentos, incêndios, presença | ||
- | de espécies exóticas, disseminação de doenças, extrativismo vegetal, | ||
- | pondo em risco a riqueza biológica remanescentes | ||